OBRAS & CONSTRUÇÃO XXI: Light Steel Framing - a nova era na habitação

A pressão provocada pela crise habitacional, os desafios climáticos e a evolução tecnológica estão a empurrar o sector da construção para um novo paradigma — mais rápido, mais eficiente e mais sustentável. O LSF (Light Steel Framing) é uma das soluções mais promissoras nesse caminho.

O tempo é, na construção tradicional, um dos principais obstáculos. Cada mês adicional representa mais custos e mais incerteza para quem investe. Por isso, ganha força o LSF: um sistema construtivo leve, industrializado e de montagem rápida, que permite reduzir significativamente os prazos de execução e garantir maior previsibilidade.

Ao contrário do método “pedra sobre pedra”, o LSF baseia-se em estruturas metálicas leves, fabricadas com precisão em ambiente controlado, e depois montadas em obra. Esta abordagem reduz os impactos no ambiente (evita desperdícios) e minimiza o erro humano. O resultado são habitações concluídas em metade do tempo, com elevados níveis de conforto, segurança e eficiência energética.

Mas construir depressa não é suficiente — é essencial construir bem e com consciência. O LSF permite uma abordagem mais sustentável: reduz o uso de água, gera menos resíduos e recorre a materiais recicláveis como o aço galvanizado. Além disso, integra facilmente soluções técnicas como painéis solares, ventilação mecânica controlada ou isolamento térmico de alta performance, tornando os edifícios mais eficientes ao longo do tempo.

Este foco no ciclo de vida completo da construção é cada vez mais relevante. Já não basta reduzir o impacto ambiental da obra — é fundamental garantir que o edifício, anos depois, continua eficiente, económico e confortável. Isso é sustentabilidade real.

No entanto, apesar das suas vantagens, o LSF ainda enfrenta barreiras no terreno. Uma das principais está no licenciamento (contudo, é importante dizer que já há melhorias, pois o Simplex, por exemplo, já ajudou a modernizar algumas etapas). Muitos regulamentos continuam a responder apenas à lógica da construção convencional, o que atrasa a aprovação de projetos inovadores. É possível manter o rigor técnico e, ao mesmo tempo, modernizar os processos. Equipas técnicas capacitadas, maior flexibilidade e abertura à inovação fariam toda a diferença.

Outro desafio é cultural. Persistem mitos sobre o LSF: que é frágil, pouco duradouro ou “leve demais”. Mas basta olhar para a realidade de países com regulamentações exigentes para perceber que isso não corresponde à verdade. O LSF é seguro, resistente e perfeitamente adaptado às exigências atuais da habitação.

É preciso informar, demonstrar e construir com transparência. O futuro da construção depende disso. O LSF é uma das respostas mais sólidas aos desafios da habitação em Portugal — e a mudança, essa, já está a acontecer.

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