OBRAS & CONSTRUÇÃO XXI: É possível remodelar ou lixar um chão flutuante? Temos a resposta



Está a pensar remodelar a casa e o chão flutuante já não tem o brilho de outros tempos? Tem riscos visíveis ou manchas feias? A primeira pergunta que surge é inevitável: será que dá para lixar um chão flutuante, como se faz com a madeira tradicional? Ou será melhor substituir tudo?

O chão flutuante tornou-se uma escolha muito comum nas nossas casas. É bonito, confortável, fácil de instalar e mais acessível do que os pavimentos de madeira maciça. Mas quando chega a altura de renovar, começam as dúvidas.

O que é realmente um chão flutuante?



O termo “chão flutuante” não define um material específico, mas sim o tipo de instalação: as réguas de pavimento são colocadas sobre uma base (normalmente uma manta de espuma) e encaixadas entre si, sem colagem directa ao chão.

Este sistema pode aplicar-se a diferentes materiais:

Laminado (mais comum): um núcleo de MDF ou HDF, com uma folha decorativa que imita madeira e um revestimento protetor.

Multicamada (ou madeira flutuante): camada superior em madeira verdadeira (nobre), núcleo de contraplacado ou MDF.

Vinílico ou SPC (Stone Plastic Composite): mais resistente à água, ideal para cozinhas ou casas de banho.

Posso lixar um chão flutuante?

A resposta é simples: depende do tipo de pavimento. Vejamos para cada tipo:

Chão flutuante laminado (mais comum): não pode ser lixado. A camada superficial é uma imagem impressa com proteção de resina — lixar significa destruí-la.

Chão flutuante em madeira (multicamada): pode ser lixado, mas com limites. A camada de madeira real tem geralmente entre 2 a 6 mm — o que permite 1 a 3 lixagens ao longo da vida.

Chão vinílico ou SPC: não pode ser lixado. Qualquer tentativa irá danificar o material.

Ou seja, na maioria dos casos, um chão flutuante não pode ser lixado como se fosse um soalho de madeira maciça. E mesmo quando pode, é preciso confirmar a espessura da camada superior e contratar um profissional com experiência nesse tipo específico de pavimento.

Chão flutuante: posso mudar a cor?



Aqui a resposta é mais animadora: sim, é possível pintar, mas com algumas condições:

* O chão deve ser limpo a fundo, desengordurado e ligeiramente lixado com lixa fina (apenas para criar aderência).

* É necessário aplicar um primário de aderência específico para laminados ou madeira tratada.

* Usa-se tinta de elevada resistência, normalmente esmalte poliuretano ou tinta epóxi.

* Finaliza-se com um verniz protetor para maior durabilidade.

Vantagens? Renovas o aspecto do chão sem o substituir.

Desvantagens? Menor durabilidade do que o material original, risco de desgaste em zonas de passagem intensa, e possível necessidade de retoques ao fim de 1 a 2 anos.

Substituir o chão flutuante: quando deves considerar

Em muitos casos, a melhor solução não é lixar nem pintar, mas sim substituir. Confirma os sinais de que o seu chão flutuante está pronto para a reforma:

* Tábuas levantadas ou com folgas visíveis;

Infiltração de água que causou inchaço;

Desgaste profundo e generalizado da superfície;

Chão que range ou cede ao pisar;

Impossibilidade de reparação localizada (ex: manchas de queimadura, químicos, etc.).

Qual o pavimento flutuante mais resistente?

Se decidir substituir o chão, convém escolher um modelo que aguente o ritmo da casa. Aqui estão os principais critérios:

Resistência à abrasão (AC), classificação entre AC1 a AC6 (para uso doméstico intenso, opta por AC4 ou superior);

Espessura, laminados: entre 6 mm e 12 mm, multicamada: depende da camada nobre (mínimo 3 mm para permitir futuras lixagens);

Resistência à humidade, para cozinhas, halls e casas de banho, opta por laminados resistentes à água, vinílicos ou SPC;

Encaixe, sistemas de clique facilitam a substituição e montagem sem cola

* Acabamento, fosco, texturado ou mate disfarçam melhor o desgaste, cores médias escondem melhor o pó e os riscos

E quanto custa renovar um chão flutuante?

Os preços variam conforme a solução escolhida. Estes valores incluem materiais, mas não mão de obra. Acresce o custo de preparação do piso e eventual remoção do antigo.

Aqui vai uma estimativa atualizada para Portugal em 2025:



Alternativas: revestir em vez de remover?



Sim, há formas de renovar o aspeto do chão flutuante sem lixar nem substituir por completo. Algumas ideias incluem:

Tapetes vinílicos decorativos: resistentes, antiderrapantes e fáceis de instalar;

Pisos autocolantes ou em PVC clicado: ideais para zonas húmidas;

Adesivos decorativos para tábuas individuais;

Laminados finos sobrepostos (com base isolante fina).

Estas soluções são particularmente úteis em remodelações de baixo orçamento ou em casas arrendadas, onde não se pretende investir em grandes obras.

Lixar um chão flutuante? Na maioria dos casos, não é possível. Mas isso não significa que não possa dar-lhe uma nova vida. Pode pintar, revestir, substituir por um modelo mais resistente ou simplesmente aprender a cuidar melhor dele.

Se estiver a remodelar a casa e não sabe que caminho seguir, lembre-se: o chão é um dos elementos mais importantes de qualquer espaço. Não só define o estilo, como afecta o conforto térmico, acústico e até a iluminação da casa. Vale a pena investir, pensar a longo prazo e escolher uma solução bonita, resistente e adequada à sua rotina.

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