OBRAS & CONSTRUÇÃO XXI: Remodelação de casas para idosos - soluções acessíveis e seguras
O tempo passa, e com ele mudam as nossas necessidades dentro de casa. Aquilo que funcionava bem aos 40 anos pode tornar-se um obstáculo aos 75: escadas íngremes, casas de banho apertadas, tapetes escorregadios, interruptores mal colocados. Pequenos detalhes que, para muitos idosos, significam quedas, frustrações e perda de autonomia.
Uma remodelação inteligente considera acessibilidade, conforto térmico, iluminação eficiente e fluidez de movimentos, seja para si, para os seus pais ou avós. Mais do que qualquer questões estética, é mesmo sobre qualidade de vida.
Começar pelo essencial: segurança, conforto e autonomia
Antes de pensar em fazer obras em casa, começa por identificar as necessidades específicas da pessoa idosa que vai habitar o espaço. Cada caso é único: há quem tenha mobilidade reduzida, quem use cadeira de rodas, quem tenha problemas de visão, audição ou equilíbrio.
Estes são os três princípios orientadores devem guiar qualquer remodelação para a terceira idade:
Segurança: prevenir quedas, escorregadelas, queimaduras ou acidentes eléctricos.
Conforto: garantir uma casa termicamente estável, silenciosa e fácil de viver.
Autonomia: permitir que a pessoa idosa se mova, cuide de si e participe da rotina da casa sem depender constantemente de terceiros.
Entradas, corredores e circulação: é preciso fluidez
A casa deve permitir movimentos fáceis e sem obstáculos. Muitos acidentes acontecem ao entrar e sair de casa, ou em espaços de transição como corredores e escadas.
Eliminar desníveis: substitui degraus por rampas suaves, especialmente na entrada principal.
Alargar portas e passagens: idealmente com pelo menos 80 cm de largura, para permitir o uso de andarilhos ou cadeiras de rodas.
Corrimãos duplos: instalar nas escadas, com boa fixação e ergonomia.
Pavimento antiderrapante: nos corredores, entradas e degraus.
Eliminar tapetes soltos: são um dos principais causadores de quedas.
Uma boa iluminação também é essencial: luzes embutidas nos rodapés ou sensores de movimento nos corredores facilitam o deslocamento noturno.
Conforto e funcionalidade na sala de estar
A sala é onde se passa muito tempo — a ver televisão, ler, conviver ou descansar. É fundamental que seja confortável, mas também funcional.
Sofás com altura adequada: nem muito baixos nem muito fundos. Os modelos com apoio para os braços facilitam levantar e sentar.
Tomadas acessíveis: à altura da cintura, para evitar que se tenha de dobrar.
Mobiliário estável: mesas com cantos arredondados e cadeiras firmes.
Evitar cabos e extensões à vista: esconder ou fixar nas paredes.
Iluminação regulável: para adaptar a leitura, a TV e os momentos de descanso.
Manter a autonomia e a segurança na cozinha
A cozinha pode ser um desafio para muitos idosos, não só pelos riscos (fogo, quedas, cortes), mas também pela altura das bancadas e armários.
Uma remodelação bem pensada permite que o idoso continue a cozinhar em segurança e com prazer — o que tem um impacto directo na autoestima e na qualidade de vida.
Bancadas a 80-85 cm de altura, com espaço livre por baixo para cadeiras ou andarilhos.
Armários de fácil acesso: evite módulos altos; aposte em gavetões com puxadores grandes.
Placa de indução em vez de gás: mais segura, desliga automaticamente.
Piso antiderrapante fácil de limpar: vinílico ou cerâmico com relevo suave.
Torneiras monocomando ou com sensor: mais fáceis de manusear.
Ponto crítico: a importância da casa de banho
É provavelmente a divisão mais importante numa remodelação acessível. A casa de banho precisa de ser segura, confortável e adaptada, sem parecer um espaço hospitalar.
Base de duche ao nível do chão: substitua a banheira tradicional por uma zona de duche ampla e plana.
Barras de apoio: junto ao duche, sanita e lavatório.
Sanita com altura ajustada: idealmente entre 45 e 50 cm.
Assento de duche com encosto: fixo ou rebatível.
Torneiras de alavanca: mais fáceis de usar por quem tem artrite ou perda de força.
Espelho inclinável: adaptável à posição de quem está sentado.
Evite o uso de tapetes soltos e aposta em pisos antiderrapantes
Bom sistema de ventilação e aquecimento, melhora o conforto térmico, essencial para a saúde dos mais velhos.
Descanso, acessibilidade e segurança no quarto
O quarto deve ser um espaço de repouso com tudo ao alcance. O ideal é que o idoso consiga levantar-se, vestir-se e deitar-se com o mínimo de esforço e risco.
Cama à altura certa: entre 50 e 60 cm, para facilitar a entrada e saída.
Iluminação nocturna automática: sensores de movimento que iluminam o caminho até à casa de banho.
Interruptores acessíveis: junto à cama, à altura da mão.
Guarda-fatos com portas deslizantes: mais fáceis de abrir e fechar.
Tomadas com USB: para carregar o telemóvel ou utilizar aparelhos médicos.
Tecnologia e domótica: aliar conforto à prevenção
A tecnologia pode (e deve) ser uma aliada da autonomia. Hoje em dia, muitos dispositivos são pensados para facilitar a vida dos idosos e podem ser integrados facilmente durante uma remodelação.
Campainha com vídeo e controlo por app: mais segurança na entrada.
Detectores de fumo e gás com alarme sonoro e visual.
Luzes com sensor de presença nos corredores e WC.
Botões de emergência acessíveis em vários pontos da casa.
Comandos de voz para luzes, televisão e chamadas.
A domótica pode ser simples e discreta — não é preciso transformar a casa numa nave espacial, mas sim dar-lhe funcionalidades que melhorem o dia a dia.
Climatização e isolamento térmico: um fator de saúde
As pessoas idosas são mais vulneráveis a variações térmicas. Por isso, uma remodelação deve incluir melhorias nos sistemas de aquecimento e arrefecimento, bem como isolamento térmico.
O objectivo é garantir que o idoso vive numa casa com temperatura estável e confortável, sem necessidade de ajustes manuais constantes.
* Substituição de janelas antigas por modelos com corte térmico
* Aplicação de isolamento nas paredes exteriores ou interiores
* Instalação de piso radiante ou aquecedores programáveis
* Ar condicionado com comando fácil ou termóstato inteligente
Quanto custa remodelar uma casa para a terceira idade?
Os custos variam muito conforme a profundidade das intervenções. Mas aqui fica uma estimativa por zona:
Casa de banho completa adaptada: 3.000 a 7.000 €
Quarto com mobiliário ergonómico e iluminação: 1.500 a 3.000 €
Cozinha acessível: 4.000 a 8.000 €
Instalação de barras de apoio, sensores e rampas: 1.000 a 3.000 €
Substituição de janelas + isolamento térmico: 5.000 a 10.000 €
Existem também programas de apoio à reabilitação para pessoas idosas, atribuídos por câmaras municipais ou programas do Estado, vale a pena informar-se junto das autoridades locais.
Facebook / Grupo de Whatsapp / Instagram / Whatsapp
Contactos: +351 913 335 560 / obraseconstrucaoxxi@gmail.com / @nuno_miguelgarrido
#obras #construcao #construcaocivil #tendencias #tendenciasconstrução #habitacao #casaschavenamao #dicas #remodelaracasa #reformaracasa #remodelação #licenças #licençasparaconstrução #construçãonova #barometro #cimento #microcimento #producaonaconstrucao #materiais #reformadecasas #reabilitacaourbana #obrasemcasa #aiccopn #portugal #construirereabilitar #obraseconstrucao #obraseconstrucaoxxi @obras_construcaoxxi @nuno_miguelgarrido
Comentários
Enviar um comentário